Reborn
Por Rafael Scoralick (Belmont)
Quem sou eu? Como vim parar aqui? Qual era mesmo o meu nome?
Era a única coisa que dominava minha mente, essas três perguntas que não poderiam ser cessadas ou ignoradas. O ar estava quente, mas eu sentia muito frio, ao redor percebia um velho vilarejo do século XI, mas completamente em ruínas, casas estavam sucatiadas e ervas daninhas cresciam onde talvez fosse uma nascente d´agua.
As árvores sem folhas deixavam o clima ainda mais fúnebre.
Meus olhos estavam doloridos e cansados, eu tinha que encontrar ágüem e urgente para depois descobrir quem eu sou.
Mas derrepente eis que surge ao longe, uma besta negra que cavalgava a uma velocidade muito superior aos cavalos de corrida do meu pai, e o trotar da besta negra, não fazia nenhum som, era como se eu estivesse surdo, mas podia ouvir minha própria respiração ofegante.
Quando este estava a mais ou menos a 10 milhas minha visão tornou-se aguçada como a de uma águia e puder ver o que era:
Uma mulher, não acho que nem chegava a ter 17 anos. 15 ou 14 no Maximo, era uma criança que domava tal furiosa besta.
A besta negra por sua vez era um corcel negro como o pixe, a penas seus olhos amarelos mostravam algum constaste. A garota me viu e com um forte rajada de vento mudou a rota do corcel nanquim.
Era passou pelo meu lado e o cavalo virou uma densa nuvem negra que fora levada pelo mesmo vento que tinha dito antes.
A garota por sua ver saltou da besta obscura com elegância e por mas rápida que estivesse, desmontou como se a velocidade não existisse.
Ela era baixa, talvez mais baixa do que o normal para uma garotinha de sua idade, mesmo eu apenas imaginado a idade real da garota. Ela possuía uma longa e vasta cabeleira negra, que criava um contraste tremendo comparado a seus olhos de coloração azul claro, mas não eram azuis como olhos normais, era de um tom com o azul do céu.
Era se aproximou de mim, me circulou duas vezes e disse:
-ola, então você que será o novo Reborn?
-quem é você? – respondi pasmo com a naturalidade da garota em relação ao ambiente no qual nos encontrávamos.
-quer mesmo saber quem sou eu? – respondeu-me com um ar de deboche – não prefere me perguntar quem é você?
Não respondi nada, não sabia o que fazer.
-vou te responder a apenas três perguntas ok.
-quem sou eu? – precisava que ela respondesse aquelas perguntas que tanto me açoitavam. A grande duvida era, como elas sabia que eu tinha três incógnitas em minha mente vazia.
-você era um caçador, não um reles caçador, mas um dos bons, enquanto todos fugiram dos lobos, você foi o único que os caçou. – ela disse isso enquanto tocava em meu peito com a mão esquerda. Uma forte dor me fez recuar um ou dois passo.
Um lembrar se formou.
Era eu quem estava na lembrança...quatro lobos ao meu redor...eu os matei sem nenhum medo ou dificuldade...eu tive medo de mim mesmo.
-o que foi isso? Como.. – as três perguntas, não poderia parar e pergunta outra coisa, eu tinha que terminar. faltavam apenas duas.
-vou ignorar o que disse, pois bem qual a próxima pergunta?
-como eu vim parar aqui? – novamente ela toca em meu peito e tive outra visão-lembrança.
Eu estava correndo dentro de uma casa... tinha homens estranhos... usavam jalecos sujos de sangue e óculos com diversas lentes sobrepostas de maneira irregular...um deles me viu e alertou os outros...uma enorme ferra fora solta de uma jaula ao fim da sala...ferra era um lobo...mas não erra um lobo...era maior e se mexia de maneira desengonçada...como se não estivesse acostumada com o próprio peso...a ferra me ataca...a ferra rosnou de uma forma estranha...algo com “fuja meu irmão”...a ferra ERA meu irmão...a ferra me devora.
Uma enorme dor brotou de todo o meu tórax me fazendo cair ao chão, vomitei uma pequena quantidade de sangue.
-e agora você só tem mais uma pergunta. Qual será? Acho melhor escolher direito, você pode se arrepender mais tarde. – a garota gargalhava da minha situação. Mas não era hora de ser honrado ou sentimental, faltava apenas uma pergunta. “-qual é o meu nome?” era isso que eu deveria perguntar, mas não pude seguir adiante, eu sabia que estava morto, mas onde eu estava? No inferno? Talvez. Mas quem era essa garota? Era isso que eu precisava no momento.
- quem é você? – perguntei de uma maneia um pouco mais ofensiva e menos confusa.
- quem sou eu? Achei que ia dizer algo como qual é o SEU nome, mas se quer tanto saber – ela fez uma pausa e deu dois passo para traz olhando fixamente para os meus olhos.
-ME RESPONDA! QUEM É VOCÊ? – gritei me arrastando em direção à garota, meus músculos estavam se contorcendo e com uma rigidez que nunca senti antes.
- eu sou o anjo da morte – ela me respondeu e mudou completamente o jeito de falar.
- a morte? – não pude acreditar em meus próprios ouvidos, eu estava de frente com a morte.
- suas perguntas acabaram. Você quer mais três perguntas?
-sim, eu preciso de mais três perguntas!
- as primeiras foram uma cortesia, se quiser alguma coisa terá que trocar alguma coisa. Por exemplo: eu preciso de um novo reborn...
- eu aceito – não deixei que ela ao menos terminasse de falar, eu necessitava de respostas.
- ótimo, quando retornar de sua primeira missão, ganhara mais três perguntas.
- o que você quer que eu faça? Quer que eu mate alguém?
- quero sim, sabe aqueles homens da sua ultima lembrança? Eram os “Alquimistas”. eles desenvolveram um método de aumentara expectativa de vida de um ser humano. E ate mesmo em certos caso, conseguiram simular uma imortalidade.
- e você não gosta de pessoas imortais, caso contrario, perderia o trabalho.
- não bobinho, a morte vem para todos, mesmo os imortais se ajoelham diante de mim pedindo para que eu retire sua imortalidade.
- então o que é?
- eu assumo a forma que as pessoas pensam da morte, você durante sua vida, teve tanto medo da morte quanto de uma garotinha de 15 anos. Já pensou se todos acharem que são imortais? Depois de alguns séculos, ninguém mais ia se lembrar que existiu uma coisa chamada morte, e ao invés de perder o meu “trabalho” eu simplesmente irei desaparecer para sempre.
- eu irei então.
- sabia que a cada pergunta que fazia, estava caminhando em direção ao inferno? Se me perguntasse o seu nome, você se saciaria e tomaria o curso natural da existência.
- mas eu queria mais...
- sim e por sua fome de conhecimento, eu lhe darei o direito de ser meu novo Reborn.
- o que é esse reborn?
- reborn é uma pessoa que foi revivida para cumprir uma missão antes de descansar em paz. Você será o meu reborn, e eu te darei a minha benção: serás imune a todas as doenças e venenos, não sentira nenhuma privação como fome, sede ou sono. E o mais importante, jamais morrera.
- eu aceito. Mande-me agora mesmo. – e o anjo da morte tocou dessa vez minha face e tudo se tornou trevas
subitamente não sentia mais que meus pés tocavam ao chão, eu estava em um lugar muito diferente do anterior, e em um segundo uma luz surgiu ao longe.
Fui em direção à luz e grandes mãos me ergueram aos céus e pude ver com todos os detalhes, eu havia nascido, ou melhor, Renascido...